terça-feira, 9 de julho de 2013

Mulher Brasileira

Cintura de viola ou violão, por vezes contrabaixo ou percussão. Com seu mexo e remelexo, ela passa às vezes sem graça outras com suas gracinhas e astúcias. Uns dizem que sambam, outras que bailam, mas o que importa é a variante de sua cintura na ciranda de qualquer província e dia a dia. A ciranda que cala a voz pensante e deixa de boca e olhos abertos ao vê-la volver e flutuar com seu brilho inigualável e altivez que só lhe é peculiar, o de mulher aguerrida e digna de cada galanteio ao ar em respirações estimulantes.

Ainda há aquelas com sua própria e única magia, de driblar o tempo e espaço, sendo uma, duas, três... para assim serem e terem a sua caldeira fervente de iguarias variadas, vestes quarando, passadas e repassadas com essências únicas, em servilismo ao seu mestre, suposto protetor, e seus pequenos aprendizes.
Mulher sofrente e feliz... qual o seu atrativo mulher brasileira? Seu ritmo, com mãos de fadas ou de super-heroínas, com verdades e sonhos, as vezes não realizados, agem e reagem a noite e ao dia, com dores e dolores que trespassam com o tempo e idade. Com suas gargantas embargadas em vans esperanças, mas mesmo sendo vans, é talvez o único suporte para continuar no mesmo ritmo da música que toca mundo a fora ou dentro de si mesma. Com sua peleja compulsiva acreditando no amanhã, batalha, apanha, nasce, morre e renasce para um novo dia de mesma alegria ou labuta sofrente.
A mesma mulher nascente de um mesmo rio que corre de encontro ao mar, superando estorvos, limitações, limitações muitas vezes indo contra a corrente, mas com valentia, coragem, audácia e recarga vital chega com força e superação.
Mulher brasileira, orgulho nacional e de tantos outros povos e culturas, alcançando grandes proporções somente por serem assim, brasileira, para continuarem o rumo ou sentido, o sentimento de morrer e renascer a cada raio de luz.

(Lola Camarki)

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